sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O PARTO

No final da gestação eu sentia muitas dores e cólicas, piorou muito quando descobri que a Maria Eduarda tinha circular de cordão e estava pélvica, portanto teria de nascer de cesariana (coisa que eu não queria). Eu sentia que ela já não devia estar confortável e alguma coisa me dizia que ela tinha que nascer logo. Daí o obstetra me disse que ela estava encaixada, mas que eu teria que ficar em repouso até o nascimento e que ela nasceria em uma semana. Pronto, bastou pra eu ficar mais nervosa, ainda mais porque o Rodrigo continuava longe e tão angustiado quanto eu e não queria perder o nascimento da filha que ele já amava tanto.
Na hora em que soube disso o comprou a passagem pra ficar pertinho de nós. Isso foi um alívio pra nós dois, me deu mais segurança e força.
A cada sema
na íamos ao hospital fazer alguns exames e ver se a hora havia chegado e no dia 16 de Dezembro de 2008, uma terça-feira, no banho eu senti que seria nesse dia e tive uma crise de choro e fui até a maternidade em silencio. Quando liguei pro obstetra pra saber onde ele estava, ele disse que estava chegando mas que era pra eu ir dando entrada na minha internação. Apesar de eu saber que isso iria acontecer, fiquei desnorteada, queria minha mãe, queria o Rodrigo perto de mim, meu pai...mas tive de ficar sozinha esperando a hora da cirurgia, pois o parto seria feito pelo SUS e não dava direito a acompanhante. Até que fiquei mais tranquila nesse meio tempo, tive bastante tempo de pensar e a contragosto de todos que acompanharam minha gestação, levei pra neonatologista o ultrasson com a suspeita de artrogripose, apesar da minha mãe e minha sogra terem pedido pra que eu o jogasse fora. Eu não queria surpresas nem pra mim e nem pra equipe médica, queria que eles estivessem preparados pra me amparar caso minha filha realmente tivesse essa tal síndrome.
Derrepente o médico chegou 2 horas antes da hora prevista com um sorriso me convidando à sala de parto. Daí sim me caiu a ficha..era a hora!!!
Quando dei por mim eu já tava cheia de fios espalhados pelo corpo me monitorando, o anestesista já estava aplicando a peridural na minha espinha...nossa, tomei um choque de 10.000 volts na perna direita..hahahahahahaha. Assim que ele terminou a peridural aconteceu alguma reação inesperada no meu corpo, minha pressão foi às alturas, e uma arritmia cardíaca. Entrei às 16:30 pra tomar a anestesia e as 16:46 a Maria Eduarda já estava chorando e fazendo xixí nos braços da neonatologista.
Me lembro de 2 momentos felizes do meu parto: o primeiro quando a equipe toda comemorou ja dava pra ver o bumbum da minha princesa e o médico me confirmou que era realmente a menininha que eu tanto sonhei por 9 meses e o segundo quando ouvi o chorinho dela pela primeira vez..nasceu!!!
Mas daí percebi que a equipe ficou em silencio e senti que minha filhota realmente tinha a tão temida síndrome do ultrasson proibido... Juro que pensei: Minha boneca veio quebrada!
Demorou pra pediatra vir me mostrar minha pequena, segurando uma das suas mãozinhas pra me mostrar que além da artrogripose ter atingido as articulações das pernas e pés, também tinha nas mãozinhas e cotovelos. Mas eu só consegui olhar pros olhinhos dela cheios de lágrimas, chorava muito alto, certamente a espera do seio materno. Era a cara do pai dela!!!
A médica nem encostou o rosto da minha princesa ao meu pra eu poder dar um beijo e dizer que ía ficar tudo bem e já tratou de levar minha bonequinha embora denovo...
Eu fui pra uma ala de observação, tremia muito, muito mesmo. Não sei se era frio ou medo do que ainda estaria por vir! Perdi a noção do tempo, tava meio grogue, mas não deixei de perceber o choro da minha bonequinha nos braços da médica passando por mim sem ao menos nota
r minha presença. Fiquei desesperada pra saber pra onde estavam levando a Maria e por mais que não me dissessem nada eu sabia que aquele chorinho era dela. Só um bom tempo depois foi que alguém veio me dizer que ela tinha sido levada pra UTI neonatal. Pra ser mais precisa por volta das 19 horas. Perguntei aos prantos pra pediatra se já tinham mostrado a Maria Eduarda pro pai dela e chorei mais ainda quando a médica disse que ela só parou de chorar às 18 horas quando finalmente ouviu a voz do pai e ganhou seu colo quentinho.
Somente por volta das 20 horas fui levada pro quarto pra poder "descansar".

Um comentário:

  1. AI AMIGA ESTOU EMOCIONADA !!!!!
    QUE FORTE !!!!!!!!
    EU DESEJO A VC TUDO DE BOM DE CORAÇÃO E SE PRECISAR DE MINHA AJUDA PODE CONTAR !!!!!
    VC É !!!!!!!!!!!!!
    BEIJOSSSSSSSSSSSS

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