sexta-feira, 28 de outubro de 2011

E EU?

A partir do momento em que nos tornamos mães, o resto do mundo se torna secundário, perde a importância, isso inclui nós mesmas.
Muita gente fala: -Você tem que pensar em você mesma, se cuidar, cuidar da sua saúde.
Como é que eu vou conseguir me cuidar se a minha filha depende de mim? Todo o desenvolvimento dela depende do meu empenho. Como é que eu posso focar em mim mesma neste momento se preciso voltar 100% do meu foco à ela. Ninguém me disse que eu tenho que fazer isso por ela, mas meu coração exige que eu faça assim. Não quero deixar nenhuma lacuna no desenvolvimento e evolução dela. Não quero olhar pra trás e pensar que poderia ter feito mais por ela. Então neste momento decidi "esperar por mim". Não me anulei, só me deixei em stand by até que eu me sinta segura de que não estarei deixando de fazer algo pela Maria pra fazer algo por mim. Não se se estou certa ou errada, mas é o que sinto que devo fazer nesse momento. Também sou feliz cuidando da coisa que mais me faz feliz! É uma situação momentânea. 
Na teoria eu preciso estar 100% pra poder me dedicar 100% à ela. Gente, na prática isso extremamente complexo!

Por um lado tenho pessoas que se importam comigo e tentam me direcionar, por outro tem pessoas que só vêem o resultado final e não entendem o trabalho e empenho que tem por trás cada novo movimentozinho da minha filha e ainda assim tem a coragem de me julgar.
Quem me conhece de verdade sabe que sempre fui esforçada, estudei muito, falo outro idioma, trabalhei em várias áreas desde relojoaria, buffet, spa, restaurante, camarote de carnaval até programa de tv. Não ralei a minha vida toda sonhando em ser dona de casa (como parece que algumas pessoas pensam), muito pelo contrário, amo trabalhar fora! Mas amo muito mais a Maria e neste momento ela precisa de mim. E se ela precisa de mim, faço tudo o que for necessário pra estar ao lado dela e faço com muito amor..até viro dona de casa, se for preciso, por que não!?
Tentei me dedicar ao tratamento da Maria e a um trabalho convencional na minha área (gastronomia), o que acabou com a minha saúde. Hoje sinto dores insuportáveis na coluna e muito provavelmente não consegui dar o meu melhor -nesse período- nem no trabalho e nem no tratamento da Maria. Agora, to tentando uma vida nova, com mais tempo pra Maria, tratando da minha saúde e fazendo projeto pra um trabalho novo onde eu possa me dedicar à Maria e ao trabalho sem escorregar. 
Não me sinto nenhuma coitada, muito pelo contrário, sou uma das pessoas mais sortudas desse mundo por ter a oportunidade de viver a maternidade de uma forma tão intensa. Fora isso tenho um tesouro guardado: A minha mãe que é incansável e me segura quando penso que vou cair, meu pai que apoia minhas decisões sem julgá-las até mesmo quando discorda delas, meu irmão que me ama "de graça", minha sobrinha que é um doce me tem como referência (que responsabilidade!), minhas tias Ana, Leila e Lucila que sempre foram MUITO presentes, entusiastas e parceiras em todos os aspectos da vida e evolução da Maria, minhas primas que são enlouquecidas de amor pela Maria. Mas essas pessoas tão importantes na minha vida estão cerca de 1.200Km de distância física de mim. E aqui de longe eu pergunto: Se eu preciso cuidar da Maria, quem cuida de mim? Eu não sou de ferro, também sou humana, também tenho sentimentos e também sou filha além de ser mãe!
Tenho certeza de que muitas, ou todas as mães com filhos com necessidades especiais devem se fazer essa mesma pergunta pelo menos uma vez na vida.
Essa escolha por me dedicar tanto à minha filha não é triste, é o maior prazer e alegria da minha vida. Triste é fazer uma coisa com tanto amor e ainda assim ser alvo de julgamento e cobranças.
Não quero que façam nada por mim, sei das minhas obrigações. Nada do que eu fiz até hoje significa sacrifício, pra mim tem outro nome, podem chamar de DOAÇÃO, podem chamar de AMOR!
Só quero poder encontrar meu lugar, me encaixar numa função que não prejudique a minha missão maior nesta vida e pra que isso tudo aconteça eu preciso ir tentando, cair e levantar.
Neste momento preciso recobrar minha saúde pra poder "recomeçar denovo".
 Neste inicio de vida da Maria eu não abro mão de direcionar toda minha energia à ela, nem que pra isso eu tenha que enfrentar o mundo, nem que pra isso eu mesma tenha que gritar: 
MÃE, QUERO COLO!
Dispenso pessoas na minha vida pra me colocar pra baixo. Se for pra me acrescentar algo positivo, SEJA MUITO BEM-VINDO!
Família, OBRIGADA POR TUDO!!!!


**Dedico este post à minha família ,principalmente à minha mãe e meu pai que não me deixam esmorecer nunca e me apoiam incondicionalmente, mesmo de longe** E minha eterna gratidão à família do Rô que tem uma devoção ultra especial à Maria.
De cima p/ baixo nas fotos estão minha mãe e minhas tias com meu avô.
Na segunda, minhas primas, eu e meu irmão quando crianças.
Na terceira, meu pai MARAVILHOSO com a Maria ainda bebezinha no colo. 
Na última eu no colo de mãe, lugar onde filho nenhum jamais deveria sair!

2 comentários:

  1. Nossa ler isso mecheu profundamente no meu emocional,nao com sintomas de tristeza,e sim de alegria por ver que somos uma familia,que como primas sabemos que uma pode contar com a outra,isso é o mais importante...Saiba que mesmo com essa distancia de 1.200 km sempre vamos te apoiar e amar muito a Maria que veio pra esse mundo pra trazer mais união e alegria pra todos nos! te amo Prima...

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  2. Tem que ser muito mulher pra ser mãe. Pra assumir que, mesmo tendo sido criada pra ser uma mulher independente, profissional de sucesso e tudo mais que os tempo de hoje exigem da gente, ser mãe é o que nos move. E quem achar ruim, "beijo, me liga".

    Sua dedicação à Maria é linda e eu já disse o quanto a admiro como mãe. Mas eu entendo que isso não é uma escolha, é simplesmente o que você nasceu pra fazer. Amor de mãe é assim, desmedido, incontido, irracional. É pra viver, não pra entender.
    Não tenho dúvidas de que ter o privilégio de poder doar-se plenamento à sua Maria te faz mais feliz do que qualquer outra coisa no mundo. Aproveite!! E não deixe ninguém tirar nem um pedacinho da sua energia com julgamentos.

    Julgamento algum cabe a alguém que dedica a sua vida a tornar a vida dos seus a melhor possível.

    Segue firme que não tem erro. ;)

    Beijos!!!

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