sexta-feira, 28 de outubro de 2011

7 DIAS DE UTI

Eu passava o dia inteiro na UTI com a Maria nos braços e amamentando pra tentar compensar a minha ausência noturna. Sei que não faz sentido,só que eu já não conseguia mais ser racional nessa hora. Meus pés e pernas estavam muito inchados só conseguia calçar chinelos, mas nada no mundo era capaz de me tirar de perto da minha filha. O Rodrigo não podia passar o dia todo lá na UTI, não deixavam, pois o pai pro SUS é considerado "visita".Como isso pode ter cabimento? Apesar disso ele ia todos os dias cedo e todos os dias era expulso da UTI.
No terceiro dia ficamos sabendo através da neonatologista (que estava em férias) que a Maria já poderia ter alta, fiquei em êxtase e fui correndo falar com o chefe da pediatria. Ele mal me olhou e disse friamente que ela poderia sim ter alta, mas que ele não daria a alta da Maria Eduarda enquanto a vaga da AACD não estivesse disponível. Então pedi um laudo pra que eu pudesse fazer correr toda a burocracia para a transferencia dela de Cuiabá pra São Paulo. Ele disse que não iria dar nem o laudo porque estávamos muito próximos do natal e ano novo e que só depois das festas as coisas iriam funcionar. Eu avisei que tinha uma prima que trabalhava no TFD do Estado (tratamento fora de domicílio) e que ela me afirmou que ainda tínhamos uma semana pra conseguir a autorização pra Maria ser tratada em São Paulo. Mesmo assim ele ironicamente disse que só se tivesse outros meios (ilegais) eu conseguiria essa autorização com rapidez. Mo entanto eu realmente tinha outros meios e legais, minha família tem muitos amigos em Mato Grosso e graças a Deus é muito querida e pudemos contar com o apoio de muitas pessoas, inclusive os secretários de saúde do Estado e do município. Não consegui que o médico me desse o tal laudo mesmo insistindo diariamente.A minha preocupação era: Minha filha tinha um punção no pescoço (acho que na jugular) por onde ela recebia soro "desnecessariamente", afinal ela estava amamentando muito bem e não tava tomando medicamento algum. Essa punção era um pic que vertia um pouco de sangue, ou seja, caminho aberto pra contaminação. Perguntei à enfermeira se esse soro era necessário no caso da Maria e ela disse que não mas que todo paciente internado tinha que receber soro. Ela estava muito bem e forte, segundo a pediatra só havia ido pra UTI porque nasceu um pouco cansadinha porque o parto foi um tanto complicado e teve de ser rápido. Havia uma criança com pneumonia próxima à Maria Eduarda. Eu precisava "arrancar" minha princesa daquele lugar, eram muitos risco desnecessarios!!!!
Derrepente no sétimo dia de UTI da Maria Eduarda surge minha tia Ana, fora do horário de visita pedindo pra falar com o chefe da pediatria. Eufórica, ela só deu um beijo rápido em mim e na Maria Eduarda e disse que estava ali pra tirar a Maria da UTI de qualquer jeito. Não entendi nada!!! E quando olhei novamente pra porta da UTI, minha tia Leila também apareceu mais eufórica ainda e um pouco apressada. Os enfermeiros enlouquecidos tentavam tirar as duas, mas elas (que trabalham na área de saúde) estavam determinadas a tirar a Maria dali. E conseguiram!!!!!!!!!! Tive um crise de choro e riso quando a pediatra disse: -"Pode levar a sua filhinha, mãe."Daí eu me dei conta que como não estava esperando a alta da Maria pra esse dia, não tinha levado roupinhas pra ela e a saída de maternidade da minha filhota foram 2 cueiros surrados da UTI. A pediatra me olhou com ar de piedade e disse : -"Nossa, ela deve ter tanta roupinha linda e vai sair daqui embrulhada em cueiros!?!" Ah, isso já não importava nessa altura do campeonato, eu só queria tirar minha filha dali, livrar minha boneca de qualquer risco de contaminação...Nossa, como eu tava feliz!!! Saí do hospital com minha filha embrulhada nesses 2 trapinhos. Tava caindo uma chuva super forte, mas a tia Leila estava com um carro dentro do hospital só esperando a saída da Maria Eduarda e quando chegamos à casa da minha tia o tempo já estava aberto.
Cheguei de surpresa na casa da minha tia Lucila, onde eu e o estávamos hospedados. O Rodrigo estava se preparando para ir ao cartório registrar nossa filha.Ele olhou pra trás e me viu lá não percebeu que eu trazia nosso tesouro nos braços e quando finalmente notou, quase chorou de felicidade. Finalmente conseguimos respirar!!!!Coloquei uma roupinha linda na Maria Eduarda e ficamos grudadinhos com ela o dia inteiro.
Quando posteriormente sentamos com minhas tias pra conversar sobre toda a confusão que elas aprontaram no hospital pra resgatar a nossa Maria ficamos sabendo que o chefe da pediatria alegou que eu e o Rodrigo estávamos muito felizes pra quem tinha tido uma filha com deficiência e por isso ele não nos julgava aptos a levarmos a Maria pra casa, por isso não deu a alta. A deficiência tava na verdade no coração desse médico! Mal sabia ele o quanto choramos em casa, mas na presença da nossa princesa só levávamos alegria mesmo, não tinha espaço pra tristeza perto da nossa filha!!!! Amamos muito nossa pequena e ao lado dela não tem lugar pra nenhum sentimento negativo, ela é nossa alegria!!!!
Seguimos pra Chapada dos Guimarães na casa dos meus pais e as coisas começaram a se encaminhar .
A Maria Eduarda enfim estava sob os cuidados das pessoas que mais a amavam no mundo, em segurança, com muito conforto e em paz!







Um comentário:

  1. QUE FADINHA BOA NÉ AMIGA !!!!!!!!
    A FADINHA LEILA.
    E OS TRAPINHOS NA VERDADE O QUE IMPORTA QUEELA ESTAV COBERTA COM O MANTO DO AMOR.
    EU TBM TIVE PROBLEMAS NO HOSPITAL!
    ME PERGUNTARAM ISSO UMA PEDIATRA SE EU DE FATO IA LEVAR AQUELA CRIANÇA DE FATO DOENTE.
    ELA FEZ TUDO PARA EU DEIXAR AMINHA ANA LUZ.
    DISSE QUE MEU MARIDO IA ME DEIXAR QUE MEUS OUTROS FILHOS IAM PARA O CAMINHO RUIM.
    E DISSE QUE EU TINHA QUE FAZE UM TRATAMENTO PSICOLOGICO????????
    É MOLE !!!!!!!
    MAIS ANA ESTA COM 4 ANOS ESTA NA ESCOLA JA LUTEI MUITO E SEOU UMA LEOA !!!!!!

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