sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O CAOS INICIAL

Quando saímos do hospital com a Maria Eduarda tive um alívio mas também uma preocupação muito grande, uma dúvida de como proceder pra cuidar da minha filha. Será que ela sente dor, será que precisa de cuidados especiais? Como conseguir a vaga na AACD nesse período de festas de final-de-ano? Liguei incessantemente na AACD mas não obtive resposta. Claro, era recesso de final-de-ano!
Tive muita sorte de ter o apoio integral de toda minha família, fora as boas vibrações da família do que mesmo de longe se uniu em preces pela nossa princesa. Minha tia Ana conseguiu uma consulta com o melhor fisiatra de Cuiabá na manhã seguinte da alta da Maria e ele nos esclareceu sobre a artrogripose dizendo: - "Sua filha é uma criança normal, portanto trate-a como um bebê normal ela não sente dores, podem ficar tranquilos. Deixem a menina nascer, ela acabou de sair da barriga. Antes de ver os braços minha primeira impressão foi que a bebê tinha só pé torto congênito."
Isso tudo não tirou nossas preocupações, mas aliviou muito. Pudemos pelo menos voltar nossas atenções somente à chegada do bebê em casa. Aí começou a disputa... Minha mãe queria dar o primeiro banho, minha tia também. Eu queria dar o primeiro banho na minha boneca, mas nem entrei na briga, as duas deram o primeiro banho, fiquei só no apoio. Eu mal sabia que era só o começo!!! Vinha gente que eu nunca vi na vida conhecer a minha filha, vizinho do primo da amiga do irmão da mãe de alguém, fora os amigos e a família de verdade. Cada dia era um batalhão de gente. Isso seria muito bom se o que eu estivesse precisando nessa hora tão difícil não fosse muito sossego e um pouco de solidão. Tudo o que eu queria e precisava nesse primeiro momento era ficar só, conhecer a minha filha, entender o que estava se passando na minha vida, digerir o que estava acontecendo, traçar um plano pra buscar o tratamento da Maria, avaliar como seriam os próximos passos. Na primeira semana eu nem queria atender ao telefone, eram muitas as perguntas e cobranças. Familiares ligando e perguntando o que tinha acontecido, o que eu iria fazer, como eu iria fazer, quando eu iria fazer, por que que eu não tinha feito isso, por que eu não fazia aquilo!?!?!???Nem eu sabia e nem tinha tido tempo de avaliar o que tinha acontecido, muito menos o que poderíamos fazer.Às vez eu pedia pra minha mãe atender os telefonemas e explicar tudo, até mesmo pra minha sogra (coitada) que estava longe e ligava de hora em hora preocupadíssima. Mas no meio de tudo isso eu queria que as pessoas tivessem a sensibilidade de pensar em que eu estava sendo bombardeada por todos os lados e não tava preparada pra essa batalha toda. Tinha acabado de passar por uma cesariana difícil, não pude nem me recuperar, não tive repouso, pois passava o dia em pé no hospital correndo entre a UTI, banco de leite, correndo atrás de médicos e informações. À noite quando eu deveria dormir, passava as madrugadas retirando o leite da Maria Eduarda de hora em hora, na Internet pesquisando sobre a artrogripose e mandando e-mails pra todas as pessoas que eu achei que pudessem me ajudar. Me anulei completamente em prol da minha filha e não me arrependo, faria denovo. E ainda assim eu tinha que dar atenção às dúvidas das pessoas que ligavam e visitavam o dia inteiro. Comecei a entrar em colapso emocional, tratava a todos com frieza, rispidez e até mesmo com grosseria. Era a minha forma irracional de pedir, clamar mesmo por um pouco de paz e sossego. Apesar do pior já ter passado, eu ainda não tinha descansado, estava amamentando, precisava muito de sossego. Não conseguia de jeito nenhum!!!! Não era culpa de ninguém, todo mundo queria saber da Maria com as melhores intenções, mas eu também não sou de ferro. Nossa, como foi difícil!!!! Todo mundo queria que eu desse explicações e soluções que nem eu mesma tinha!!! Aff..me sinto sufocada só de lembrar dessa fase!!!!!!!!!O abatimento e cançasso eram visíveis no meu rosto e no rosto do . Cheguei a perder a fome, o sono e a vaidade.

Mas tuto isso passou, UFA!!!!! Daí pra frente a situação foi cada vez mais ganhando leveza e as soluções foram aparecendo aos poucos graças às orações e ajuda dessas pessoas que desde o princípio se sensibilizaram com a história da minha princesinha. Meu botãozinho estava começando a se tornar um flor muito linda!

4 comentários:

  1. Nossa, Alina.
    Eu fiquei sufocada só de ler tudo isso.
    Realmente mesmo as pessoas próximas a vocês não tinham noção de quantos momentos difíceis já se passaram.
    Tenho um pouco de vontade de dar uma surra no tal pediatra, mas deixa a vida ensinar.. rs

    Se esse blog lhe é uma válvula de escape, nós agradecemos a diisão de experiências tão íntimas!

    Força você já tem, o que eu desejo é alegria e muitos sorrisos da dudinha! =)

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  2. NOSSA IMAGINO !!!!!
    TENHO UMA FILHA COM ARTROGRIPOSE ELA SE CHAMA ANA LUZ..
    EU SOU A JACK ME TORNEI UMA ESTUDIOSA NO ASSUNTO FAÇO PALESTRA ESTUDO ETC...
    VC DE FATO É A MÃE DA CASA DO MEIO OU SEJA NENHUM DE SEUS VIZINHOS TERIAM CONDIÇÕES DE SER MÃE DE SUA FILHA. PENSE O VIZINHO DA ESCQUERDA?
    O VIZINHO DA DIREITA?
    ENTÃO É VC MESMO ESSA MÃE ESPECIAL ESCOLIDA POR DEUS A MAIS FELIZ A MAIS GUERREIRA É VC AMADA.
    A MINHA HISTÓRIA TBM É MUITO BONITA E FORTE SE VC QUISER ME CONHECER MELHOR SERIA UM PRAZER SER SUA AMIGA..
    luzdonossoamanha.blogspot.com
    FIQUE COM DEUS E AMEI SEU BLOG !!!!!!!!!!!

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  3. Olá Alina!
    Que estória!!! Estou impressionada com a sua força!!! Muita saúde pra vocês!!!
    Queria saber qual fisiatra avaliou sua filha. Também moro em Cuiabá, e estou procurando um médico fisiatra pois fui diagnosticada com fibromialgia, mas quero uma segunda opinião. Se puder me responder agradeço muito: aline_flavia@bol.com.br
    Abraços! Muita paz e mta luz na vida d vcs!
    Aline

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  4. Oi eu sou Maria José da Chapada. Parabens, vc é uma maezona, vc é especial, sua mãe é uma linda e sua filha um tesouro. Sou amiga da Louriza,Bjão

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